A DIETAS DOS SAPOS: VIVER MELHOR COMENDO BEM!
Um dia resolvi consultar as opiniões de uma Doutora. Pois,meu jeito anormal de ser, aliás o fato de eu ser já não está me fazendo bem. As pessoas ao meu redor sentem-se um pouquinho incomodadas com as coisas que faço ou digo. Antes da consulta eu estava em um estado lamentável de nervossísmo e ansiedade. Conhecia bem as características daquela profissional, sempre séria e insensível as piadas alheias. Cheguei ao consultório e mantive na face uma falsa tranquilidade.E o que me preocupava era os olhos da Doutora mais do que poderia ser dito.
Ela, gentilmente, me cumprimentou quando entrei. Agir reciprocamente ao cumprimento. A Doutora levantou algumas considerações acerca de meu estado. Atenta, analisei tudo que falava. Ah!se as pessoas enquanto a nós dirigissem palavras pudessem ver e ouvir as palavras de nossa mente, talvez nos compreendessem mais. E naquele momento me sentir frágil, meus cacos era meus pensamentos e concepções acerca do que sou, do que posso e do que a sociedade acadêmica de mim exige.
Quando era bem menininha e estava nesta tão arcaica dieta. Comia meus sapos diários como assim me ensinou minha analfabeta mãe. Era dias e dias de dieta de sapos, a minha mãe era a que mais comia sapos enquanto saia para pedir os outros alimentos de que necessitávamos, nós, seus 8 filhos. Minha saudável mãe comia felicíssima sapos, sem nenhum acompanhamento e de noite a nós, seus pequenos, calmamente, fazia com que comêssemos sem reclamações.
Passadas as formadoras reminiscências. Conscientizei-me da importância provisória da dieta receitada. Então compreendi que aquela formosa e boa Doutora também na vida passou pela rigorosa dieta e hoje ela se encontra tão bem e bem vista. Não pensei mais, iniciei entusiasmadíssima a formidável dieta. No café comi um pequeno sapo com leite cremoso de sapa, até que me sentir muito bem. Fui para a Universidade estudar um pouco e na minha permanência lá devorei deliciosos sapos.
Ingerir grandes e incomuns deliciosos sapos e chegou a um ponto que tive a enorme vontade de devolvê-los a seu habitat natural.Vomitei-os e todos ao meu redor enojaram-se, envergonhada quis fugir, porém, apenas pedir desculpas pelo ato natural.Pensei em retornar a Doutora e explicitá-la da minha rejeição metabólica da dieta.Mas lembrei que esta era a dieta do sucesso e eu teria que segui-la por mais desconfortável que fosse.
Voltei a comer sapos e também comecei a comer moscas, pois até que o sapo fosse digerido eles tinha que está bem alimentados para não fugir.Depois da dieta muitas coisas boas me aconteceram ,muito mais elogios e cumprimentos.Os sapos se tornaram a minha melhor refeição. Apenas enquanto escrevo que não os como.
Da dieta tive resultados físicos impressionantes meus olhos ficaram iguais de uma víbora, meus dentes era afiados e deles escorria um liquido amarelo impressionante e me sentir tão engajada que dei pulos de alegria. Se Kafka me visse faria de mim mais uma metamorfose.
Comer sapos inibe o pensamento? não sei - respondi a uma amiga que perguntava.Mas para quer pensar , minha mãe sempre me dizia que a refeição é algo sagrado e que tem que ser tranquila e de poucos pensamentos. Ela também me dizia que não era bom ler enquanto comemos, por isso só fui ler depois que rejeitei pela primeira vez ,naquele tempo, a dieta.
Neste novo momento a dieta me faz e me fará muito bem. Fui em um restaurante da cidade com algumas amigas.Sentei a mesa e as minhas companheiras alegres discursavam sobre a vida, até que o garçom chegou e perguntou:
-O que irão comer?
Em uma só voz respondemos:- o de sempre!
Ele perguntou: Acompanhamento? Bebida e sobremesa?
Respondi-lhe que para mim trouxesse de acompanhamento um vinagrete de moscas e pedir como bebida o mais famoso dos vinhos nacionais: conformismo & sem palavra.Recusei a sobremesa, pois meu metabolismo depois da dieta rejeita tudo que é doce, puro e saboroso.Os sapos que minha gente come, não dá espaço para outros alimentos.Parece estranho mais até o que se come é diferente em cada estrato social.Os ricos comem rãs e os pobres sapos.Aprendi a gostar de sapos, rãs eu nunca vi, apenas ouço falar.
Irei comer sapos até morrer.É o prato da vida.Descobrir recentemente que estou doente, fiquei alarmadíssima já que sigo a risco a dieta da Doutora. Minha melancólica doença é o de não mais me expressar ter sempre direcionado ao outro um discurso de "boa vizinhança", embora meu vizinho roube de mim tudo o que julgo ,talvez erroneamente, valoroso.
Meu prato chega, agradeço ao bom garçom. Meu sapo a parmegiana estava aparentemente maravilhoso, ele até sorria para mim.Peguei o talher francês , antes coloquei em meu sapo um molho inglês e finquei a barriguinha saborosa de meu alimento. Ao som de sua dor ouvia uma bela musica hispânica que tocava no restaurante.
Eu e minhas amigas sorríamos naquele restaurante que frequentávamos todos os sábados .E de longe eu brindava com a Doutora, que lá também estava, a minha nova vida "tim tim"" ao coaxar dos sapos.
Juliana Costa Viçosa - MG (outubro/2013)
Link da Revista Contemporartes, onde o texto foi publicado:
https://revistacontemporartes.blogspot.com/2013/10/a-dieta-de-sapos-viver-melhor-comendo.html
Link da Revista Contemporartes, onde o texto foi publicado:
https://revistacontemporartes.blogspot.com/2013/10/a-dieta-de-sapos-viver-melhor-comendo.html
Comentários
Postar um comentário
Por favor, todo comentário é válido desde que feito com respeito.