Ao morro da Providência - RJ Os mortos não falam Os vivos enganam E todo preto morto é dito como culpado E todo preto vivo é dito como bandido Cuidado com os preconceitos fardados Cuidado com as mãos cristãs que engatam o revólver Pois na favela a verdade é um cadáver Os mortos não falam Os vivos enganam É tanta hipocrisia e ganância E nenhuma sindicância para os atos da polícia Que louva eternamente a branca aristocracia Mortos não falam Mortos não escrevem Mortos não votam Mortos não desobedecem M V L R O E A E R L G Z T A R A O S I S S M A S E um sétimo dia eterno nas periferias do Brasil.