BALAS E MENINOS
Em memória de Patrick Ferreira de Queiroz
O fuzil mira todas as almas?
A alma não tem cor, muitos me dizem
O fuzil mira as costas negras,
Não distingue criança negra e bandido.
Criança gosta de balas
A polícia não entende e enche as costas negras de balas
Quem morre não tem advogado e nem ditas as regras
Regras que nem em vida pode ditá-la ou sequer compreendê-las
Ninguém espera que aja infância na favela
A cada corpo – criança a todo momento as mães acendem uma
vela
Nestas horas ninguém tem força para a reza
Lágrimas são a mais pura oração, mesmo que sinta ódio no
coração
“- Menino! Entre para dentro de casa
Polícia lhe faz de caça.
”
“- Menino! Não quero que você morra. ”
“- menino! Preto tem que viver em masmorra? ”
Um grito sem menino, um conselho perdido, a alma lamenta
A dor que nenhuma mãe
aguenta.
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