SEMANA DE APARECIDA
No
Brasil, não importa o dia, até dia de Aparecida
A gente
ver menino negro vítima de policial homicida
A bala de
menino da elite é doce
A bala do
menino da favela é amarga
Vem da
arma que em seu corpo descarrega
No Brasil
quem passa fome vai escola
E o
recreio é o melhor momento
É a única
refeição, é o duro lamento
E nada
aprende a não ser a dor da fome
Enquanto
o estado exige que use uniforme
E para
isto vai as ruas aprender a arte da esmola
Crianças
sinônimo de esperança
À criança negra não lhe dão direito nem a fiança
Caminhos
que com linhas brancas são traçadas
Fornece
ao pobre e negro a crença de que seu destino é só desgraça
No Brasil
formador da Pátria é político e não o professor
Quem vai
as ruas marchar por direitos é noticiado como o perverso agressor
Quem
ensina a ler, recebe da polícia o cassetete
Quem não
aprendeu aprende a ler o sangue no estilete
Esta
semana de Nossa Aparecida
A gente
só lembra da coisa aqui no Brasil desaparecida:
Político honesto
e polícia que protege
Só
aprendemos que quem questiona é satanista e herege
Que todo
questionamento é anarquia
E não uma luta contra esta velhaca
aristocracia
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