PEDRAS DA CIDADE


                              Dedicado a Maísa Alves , Adenilde Petrina e Rafaela Moreira

Cidade de pedras
Em que sutis regras
Impedem sonhos, fecham caminhos
Pois o rigor é as gentes de colarinhos
Desacreditando
Desestimulando
Todas as vozes da rua
Oferecendo desesperança crua
Impedindo que a voz negra se construa
como forte ventania a arrastar na avenida
A anônima gente deprimida
Pois cada dia é uma luta diferente
Talvez não seja a fome e nem a corrente
Mas o sol esquenta o pêndulo do tempo
Que marca as ideias e as promessas
de  que as coisas irão melhorar, não tenhamos pressas

Cidades de pedras
Pedras que colidem mas que não se sentem
Fazem fogo, fazem barulho
O pó em forma de orgulho
E do morro as vozes se multiplicam
Querem anunciar que certas coisas não aceitam
Fora racismo, pois a nossa gente não consente
E não levará nenhuma pedrada no dente
Pois com sorrisos e cantos
Erguerão a ancestralidade e fé como mantos
Vozes ecoantes
Chegam na rua
Chegam na universidade
rompendo com toda a tentativa de inferioridade

                                                                       Juliana Costa 09/11/2015

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