PROCURA- SE

Quero a liberdade
Não aquela que açoita e diz que preza o que é humano
Eu a quero a minha imagem e semelhança
Não quero aquela em forma de fiança
Eu quero a liberdade
Que me permite a diversidade:
De ser
De pensar
De escrever

Quero a liberdade
Que venha transparente, verde ou rosa
Mas, por respeito a mim, não venha branca ou vaidosa
Pois branca foi a mão
Que a tirou de mim

Quero a liberdade
Cúmplice de minhas percepções
Não aquela que marca na pele mil delitos
Ou que marque na minha pele inúmeras decepções
E sim aquela que espairece a mente, diminui os conflitos

Eu penso a liberdade
A caminhar tranquila sem ser confundida
E sem perder o seu chão com uma bala perdida no coração
Eu penso a liberdade
Menina travessa a percorrer correndo todos os lugares
Sem ser julgada ou aliciada pelos olhares
De quem a não ver como o que é

E por pensa-la tanto, meu querer torna-se angustiante
E a sociedade me fez uma militante
Quando covilmente me doou impossibilidades
Que era para alimentar as suas ambiciosas futilidades
Fazendo-me crer que não é necessária a igualdade
E sim obediência como uma forma de castidade
Pois o que dizem me pertencer é apenas a subalternidade

Em certos momentos de melancolia
Penso que a liberdade esmola enlouquecida
Faminta em sua aflição
Renegada por toda social instituição

A liberdade talvez cheire os vícios do nosso século
Entorpece e logo se esquece
Da sua essência poderosa

E quem dera poder ver estampada nos jornais
A grande criminosa liberdade
Quem sabe assim a esperança se fortalece
E nenhuma grade, física ou mental, me aliene.

                                                                  Juliana Costa 01/11/2015

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