Que não nos esqueçamos Ano novo não é pele nova Tempo de comemoração Mas, nas aldeias só há violação Curumim assassinado Pelos que rezam e são protegidos pelo Estado Todo ano o mesmo vício Desejamos paz e amor E não nos comovemos pela alheia dor Das gentes destruídas, forte indício De que no Brasil não respeitamos índio Meus ancestrais conheceram o ferro europeu A marcar sua memória, corpos negros flagelou Em nome da cobiça europeia, Nobre alcateia, Viemos nesta terra já banhada pelo sangue do insubmisso Que como nós também fizeram cativo Catequizaram... alguns não se convenceram E a morte foi a cruz da fé de quem dizia querer “vosso bem” E é notório o histórico desdém Pelo índio Pelo preto E a proteção é inútil decreto. A lei não é para índio, pobre ou preto Ano novo E meu corpo se manterá fechado Não brotarão lágrimas, meu coração não será saqueado A resistência é sempre nova Quando eles aproveitam o conforto da alcova Meus irmãos conheceram a