Podem nos matar
mas até mortos a nossa voz irá ecoar
anunciando que ser preto no Brasil
é está sempre no alvo do Fuzil
De uma polícia corrupta e racista
a serviço de uma elite fascista
Que mata por prazer e em nome dos donos do poder
Meu corpo pode estar metralhado pelas memórias ou pelas lágrimas
As tristezas que nos imputam
cicatrizes raras daqueles que lutam
Não estão "acostumados" a ver negro andar feliz em todos os lugares
raivosos são a maiorias dos olhares
de quem quer nos ver sempre curvados,
famintos e favelados
Enquanto mães pretas limpas as casas brancas de despreocupação
Daquela gente fina e de falsa comoção
Seus filhos brincam de bola ou se escondem do camburão
Pois não sabe se é a morte ou se é a proteção
Na trilha das notícias de televisão
A elite branca querendo impeachment e cassação
Com discursos de serem preocupados com a nação
e os microfones mudos direcionados a nossa solicitação:
Queremos o respeito, pois negro também é cidadão
As nossas cidadanias estão esquecidas
Pois vivemos sobre o poder dos homicidas
Embora acreditem em democracia racial
Direcionado a pele preta é o cassetete policial
E não importa se teremos impeachment, outras merdas e tal
Desde de Cabral, nenhuma ordem governamental
Esta a serviço da luta ao combate do racismo
Apenas a serviço das falcatruas e do cinismo
De quem quer poder
E eu sem poder
Andar, feliz, nas ruas com os amigos
sem que nos tratem como eternos foragidos
Juliana Costa
04/12/2014
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