Pular para o conteúdo principal

SINHÔRES E SINHÁS DA ACADEMIA


A universidade é vista como a mente social
Reduto de sinhôres e de sinhás
Mantidos pelo dinheiro colorido
Desta nação que é mais preta do que branca
O que vemos é dolorido,
Pois opressor, aqui, tem entrada franca


No quadro negro da sala
A hierarquia os egos exala
Sinhá não respeita preto
Não ensina
só discrimina


No quadro negro da sala
O Sinhó a bunda da negra observa
Queria que ela fosse sua serva
Mas Isabel aboliu a escravatura
Entretanto ainda existe a branca safadeza e falcatrua


Sinhôres que são doutores
Homens de classe
Não sabe compreender  da boca negra uma frase
Porém eu repito: - Racistas não passarão.
Sei que fingirão
E ainda afirmarão que esta poesia é de baderneiro
Gente que não trabalha, estudante maconheiro.
Mesmo assim os seus  rótulos   ao povo negro nada representa
Cale a boca, senta.




Sinhás que são doutoras
Tituladas opressoras
 Não reconhece na negra uma   mulher conhecedora
E por isto que as negam
E até o pensar delas segregam
Emitem ordens
Não como mestres, mas sim como patroas
Querem que nos curve
 Para suas futilidades e dissabores
Só sabem tratar bem os seus, os opressores.


A universidade que favorece “bacana”
Dominada pela aristocracia que é com o subalterno é sacana
Ainda não se acostumaram com a ideia
De preto ou outra qualquer minoria
Querer estar em todos os lugares

Sem ter que com força cheirar os muros das cidades 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

AUTOSSABOTAGEM

É abafar o grito e forçar  um sorriso receptivo enquanto professa que somos todos iguais. É amarrar os próprios sonhos em uma âncora e lançá-los em profundo buraco. É ser visionário da desgraça Prever apenas os escombros do futuro e a dor É rasgar os próprios poemas, quebrar todos os lápis, queimar todas as folhas e explodir a caixa de energia de casa. Autossabotar É construir uma armadilha que captura apenas o interior É ter as próprias digitais no pescoço e ser a testemunha de acusação e o reú. É chorar e dizer que as lágrimas salgadas Não fazem arder as feridas É tropeçar no cadarço do sapato que não quis amarrar É entrar no rio sem saber nadar Ou se afogar mesmo sabendo. Sabotar é puxar o fio vermelho das ideias do inimigo. É escrever um poema Que mata, mas que não lhe suicida. Juliana Sankofa 12/07/2018
A Maré não está para peixe Nem pra preto O anzol é o Estado A bala também. Que passado é este  que não deixa de ser passado para nós? 
É preciso acariciar os pés de quem anda ao seu lado. A vida deixa sentimentos calejados quando não há reciprocidade. Uma caminhada sozinha e cheia de vozes, sem toques, parece miragem em deserto onde a lágrima ora é um oásis. Sede estranha, fome mais estranha ainda. Meus grãos de areia esbarram nos dos outros e assim se movimenta o tempo, peito-ampulheta. Eu aqui, escorada na caneta, pensando se minhas palavras fazem sentido. Pergunto-me: Por que me sinto sozinha enquanto olho nos pés tantas feridas. Juliana Sankofa Fonte da imagem: Pinterest (https://pin.it/2YPdQeh6I)