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Abro mão de toda poesia
E de toda a simpatia
para compor uma melodia maior
benevolente
Que do mundo não me faça um reles ator
Abro mão da poesia em prol da efervescência de minha ignorância
diante as palavras
sinto do verso uma fragrância
que me descompõem em lagrimas
Abro mão de todos os poetas
porque eles cantam na alma
Abrindo todas as portas
Me fazendo escorregar na lama que minhas lágrimas fizeram

                                               Juliana Costa  8/ maio/2013 

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