MAR DE OPRIMIDOS

             

A história apresentou-me o mar português
Onde corpos negros eram jogados
E com eles cânticos eram esquecidos
Lágrimas negras alimentaram este   mar burguês
E o povo Luso de nossas peles quis ser eterno freguês

Os tempos são outros, mas mesmo é o mar
Para esta   terra cheia de povos
Deu-se um descobridor
Hoje bem nós já sabemos que era um puto de opressor
Servindo a coroa
Trazendo a desonra
Fez dos índios seus cativos
Quiseram substituir a fé que aqui já existia
 Por uma que apenas oprimia
 Queriam as indígenas almas
 Do índio manipularam a   língua
Deixando-os até hoje à míngua

A Europa toda queria
Desses   terras uma fatia
Um baú de culturas surgiu
Pelo estupro e pela dor
Uma sociedade se pariu
Ninguém mais acredita em sangue azul
Mas negro ainda é dito como inferior
Na sociedade   muitos pouco  a ele dão valor
Pois branco é o lençol que cobre os corpos negros
Fuzilados ideologicamente
Por esta gente que quer dominar agora o território da mente
Tanto ao  índio como ao negro
A terra que lhes permitiram como pertence
São setes palmos
E a demonização embasada pelos salmos
É tempo de guerra
Na tribo, Nas cidades ou no quilombo
Todos já estão cansados destas gentes de Colombo
Desse mar de oprimidos
Surgirão gigantescas ondas
A arrastar   as coloniais ideologias
Que consideram bom o que é branco

E que nós mesmos nos tornam  nossos próprios  desconhecidos 


                                                                        Juliana Costa  14/01/2016  

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