SACERDOTISA NEGRA


* Dedico, mas a quem não digo.

Não sou poetisa
Sou é terrorista
Escrevo renunciando o lamento
Transformando em riso o tormento
Abraçando-me com ideias por um momento

Não sou poetisa
Nem poderia ser
Nunca escrevi para instruir ou agradar
Apenas preciso falar
Aprendendo assim a destruir
Todo este veneno transparente
Que surge contaminando a minha mente:
Ideologias ...
Apologias ...
Hipocrisias...

Não sou poetisa.
Das palavras sou negra sacerdotisa;
Meu cabelo crespo avisa
Que de egos eu tenho ojeriza
Sou o enigma preto do seu universo branco
Flor que nasce no barranco
Que supera o espanto
E meu sangue banto
Afronta a violência histórica
Que faz percorrer confrontos em minhas veias.

Juliana Costa 20/05/2016

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