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Mostrando postagens de junho, 2016

SEM COMOVER

Não quero mais me comover, pois comovido somos convencidos. A afetividade que nos cativa é mesma que nos intimida a ver as coisas muito além do que sentimos. Pois diante da dor que pressentimos ou nos iludimos? Lembremos que quando algo dói Lágrimas - ácidos que corrói A dor parece uma eternidade Um instante em nosso próprio inferno somos o nosso próprio subalterno Não quero mais me comover Pois eu tenho a necessidade é mesmo ver Mesmo com as vistas embasadas De tanto enfrentar nos olhos vidas- enxurradas Desisto de me comover Se o problema não é ver É como ver. Juliana Costa 17/06/2016

É NÓIZ POR NÓIZ, NÃO NÓS.

                            Se é Temer ou Dilma... O que nóiz quer saber meu irmão é o preço do feijão Entre nós e nóiz,   somos nóiz por nóiz, e vocês por vocês. Querem que gritemos: - Fora Temer! Mas quando as coisas estão boas Vocês   não nos tratam de boas Se somos subalternos Vocês se acham melhores   só por quê usam ternos ou porque trabalham com canetas e cadernos? E querem que nóiz seja por nós? Enquanto diariamente colocam nós para serem desfeitos por nóiz assim sobrevivemos as sutilezas da exclusão. Não venha com mané “meu irmão” Se você só sabe ser patrão Não me venha me chamar de “querida” Se nem sequer eu sou sua prima e é você que faz minha ferida. Esta mão que se levanta e grita, se confunde com a mão que “descuidosamente” na favela atira É o dedo que me mira Temer nóiz não teme Fingir nóiz não finge É tempos de luta Mas você ainda me chuta Pensando que é melhor do que eu Só porque você muitos   livros leu?

A DEMOCRACIA DO ÓDIO

O ódio é um veneno que injetaram em nós sem que percebemos por mais que contra ele lutemos com ele ninguém fica sereno as vezes espalha rapidamente pelo corpo e mente ou nos corrói devagar, cortante, assim o sente. O ódio não brota da terra Mas cria em nós cratera Que se mantém eternamente aberta Até que um outro ódio o encontre, infeliz descoberta. O ódio nos cega ou nos faz ver melhor as coisas? Não sei. O ódio é um veneno que infesta as pessoas de maneiras variadas O ódio deixa algumas pessoas caladas, Faz em outras o grito ensurdecedor de quem tá aflito O ódio é um perigo O ódio se pinta da cor de quem o possui Destitui- nos da capacidade de sentir O verdadeiro amor O ódio tem dosagens de dor Que faz com que consideremos afronta até uma flor O ódio matou e continua matando Sangrando a terra Faz do racional uma irracional fera O ódio amputa simbolicamente os braços para os abraços Destrói laços Enche o peito de cansaços Mesmo quando não

SEM ESCLARECIMENTOS

Recuso esclarecimentos De quem nem sequer parou por alguns momentos Para refletir Sobre o que habita em si. Mas sobre mim posso escurecer o que for necessário Para que compreenda que não sou nenhum adversário Ao contrário Sou a voz que nunca quis ouvir E por questionar sempre procura oprimir Recuso qualquer esclarecimento Não vivo nenhum lamento Por gentileza, não me queira sempre submissa a sua ilusória realeza Pois eu tenho uma premissa: Empretecidamente, PENSO. e por isto EXISTO. Juliana Costa 03/06/2016 J