Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de agosto, 2016

DESCOBRINDO-SE

Saber quem eu sou.... é o mesmo que abrir a porta de um quarto escuro, onde será impossível a claridade iluminar. É ver a superfície noturna do mar. As profundezas seus olhos não alcançam; caminhar pelas águas nenhum santo homem branco conseguirá Eu sou um enigma que sabe falar Sabe quem eu sou? O eclipse ao meio dia, o personagem que você não escreveu, sou dama e  sou a trama tecida e esculpida por muitas mulheres Sou a letra que faltava mas  que mesmo assim se inscreve, sou eu.  Juliana Costa 26/08/2016 JF 

MANUAL DO CRIME

Arte de Robert The  * Apenas para criminosos (as) e os que tem tendência ao crime Façam das palavras Tiro e escudo, Não seu túmulo. Atire! Olhos nos olhos Não sinta medo Veja todas aquelas ideias cair por terra a sete palmos de terra se enterra gente e em minutos apenas ideias. Cuidado! Use o escudo Quem diz e não vive o que diz Não é sequer um aprendiz Tem a sua “ética” por um triz Nem adianta fingir Suas palavras são opacas Cheias de orgulho e arrogância Verborrágica ganância Atira para todos os lados Levante o escudo! o que o vento não levar o escudo impede, jamais cede ao que não tem sentido.  Juliana Costa  24/08/2016 JF 

[ POEMA SEM NOME]

                                                         Aos que estão enfermos. Quando se está  com  boa saúde  a sinceridade se ausenta  a sua bondade está a venda  Seus amores sãos os dos outros  Seus tesouros são bijuterias quando surge a enfermidade  aqueles que poderiam lhe ajudar  nem na sua dor ver mais a verdade não sabem  distinguir o que real e o que é falsidade  Quando se está com boa saúde  se torna o  "melhor  do mundo"  tem força o suficiente para magoar  dissimular  não se importar  como vai o outro Mas quando se está enfermo fica horas  e horas no próprio inferno em que nem uma alma amiga encontra  pois, nas boas horas não foi amigo só olhou para seu umbigo Quando se está com boa saúde  se faz irmã  discursa em prol da luta Mas quando está enferma tão  descontroladamente machuca  sua pequenez se faz eterna  Quando se está com boa saúde  tem orgulho da pele negra  discursa, não foge e não

BARQUINHO DE PAPEL

                                                             À poeta- vento. Em leves balançares, Incertezas e  Ideias- correntezas  Vou me desaguando em um mar desconhecido. Jamais navegado, por mais que navegá-lo insistam. É demorada a travessia De uma ideia a outra  Meu corpo vai flutuando Como fosse um barquinho de papel Um papel escrito: Com sonhos Com força Com palavras.                         Juliana Costa 12/08/2016 

Gênese poética

A minha poesia surgiu assim: com punhos para o alto e brigando sem descer do salto. De cabeça erguida a vida prossegue São inúmeras as  tentativas  de despoetizarem-me : Silenciar humilhar inferiorizar Tanta gente esperando a vez de ser o capataz Neste cotidiano que certas mulheres ´pensam ser sinhás E  certos homens dos  nossos corpos querem ser   sinhôres Enquanto ao  morro sobe  a dor eu vejo o discurso de paz do doutor que ensinar o concordar mesmo quando crianças pretas nunca  mais nas ruas irão brincar pois no pique- esconde  sempre  surge um fardado que fará eternamente que fechemos  os  olhos. Fim de brincadeira e mesmo assim a minha poesia surgiu Com punhos para o alto e brigando sem descer do salto conquistando os espaços que não querem que eu esteja A minha poesia nunca foi branca nem branda nem rima flores com dores rima voz com algoz luta  com mudança de conduta A minha poesia grita, ironiza, insinua. Não atura versos brancos que só de