SWEET STREETS OR SWEET HOME?
Não posso ir às ruas
Porque a democracia sempre foi branca
Embora fossem pretas algumas migalhas de políticas
Não tenho coragem de ir às ruas
Quando alguns levam cassetetes de vez enquanto
Nós levamos é todo dia
Não posso ir às ruas
Pois “ um preto é sempre um preto”
A voz social disto nunca me fez esquecer
E quando tudo efervescer serão as mesmas caras no muro,
Serão sempre os mesmos a aguentar murros,
a legalização dos punhos e a desaparecer por jamais obedecer
Não tenho coragem de ir às ruas
Não tenho coragem de ir às ruas
Porque a multidão me assusta mais do que o opressor
A multidão instantânea da dor
a experimentar de vez enquanto o dissabor do poder
Não posso ir às ruas
Porque ainda procuro o Amarildo,
Porque ainda estou chorando por Cláudia
Porque ainda estou limpando o sangue desgovernado que cai lá do norte
e que o sul/ sudeste finge não ver
pois são as crianças dos outros a morrer
Não posso ir às ruas
E nem quero ir
mas surge o imenso chá com torradas
Que sempre disseram não ser para mim
Chá de burguesia contente
E eu aqui perdendo os dentes, aos gritos e a lamentar
Enquanto em meus tempos de luta o gozo da poltrona experimentaram
Enquanto pensavam que o corpo negro na rua,
as mães chorando e o nosso grito por direitos eram apenas a doçura de folhetins
E que Drummond me perdoe
Sweet Home é onde fardado não pode entrar
Enquanto isto mesmo escrito doce lar
as paredes dos barracos estarão sempre perfuradas
Cada buraco
Uma memória
Um motivo para protestar.
Juliana Costa 03/09/2016 JF
A multidão instantânea da dor
a experimentar de vez enquanto o dissabor do poder
Não posso ir às ruas
Porque ainda procuro o Amarildo,
Porque ainda estou chorando por Cláudia
Porque ainda estou limpando o sangue desgovernado que cai lá do norte
e que o sul/ sudeste finge não ver
pois são as crianças dos outros a morrer
Não posso ir às ruas
E nem quero ir
mas surge o imenso chá com torradas
Que sempre disseram não ser para mim
Chá de burguesia contente
E eu aqui perdendo os dentes, aos gritos e a lamentar
Enquanto em meus tempos de luta o gozo da poltrona experimentaram
Enquanto pensavam que o corpo negro na rua,
as mães chorando e o nosso grito por direitos eram apenas a doçura de folhetins
E que Drummond me perdoe
Sweet Home é onde fardado não pode entrar
Enquanto isto mesmo escrito doce lar
as paredes dos barracos estarão sempre perfuradas
Cada buraco
Uma memória
Um motivo para protestar.
Juliana Costa 03/09/2016 JF
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