CORPO E POESIA

Meu corpo se fechou
aos olhares
aos cochichos
de quem nunca esperou que eu pensasse
e para aqueles que acreditaram
que o meu corpo está à mercê
de suas palavras
e de seus jugos

Meu corpo se fechou
renunciando os falsos abraços,
camisas de força vazias de afeto.
No meu corpo não residirá
nenhuma cicatriz
feito pelo seu falar

O meu Ori não está adormecido,
nem esquecido.
Enquanto a todo momento
tudo ao meu redor me toca, mas jamais me penetra;
sinto o gozo estranho
do desaguar da minha poesia
em horizontes de sentido que desconheço.

Chegará um dia
que aqueles que  busca o meu silêncio
ter que suportar o estrondo  nada poético
do som da minha voz

Juliana Costa 15/11/2016 JF/MG

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