ONDE ESTARÁ MINHA PAZ?


Minha paz
era um menino pretinho brincando na rua
e que colecionava pedras,
dando-as a necessária preciosidade.
Ainda, que fazia das poças d'águas,
formadas pela chuva da noite anterior,
um mar onde era marinheiro
Minha paz corria descalço
somava seu riso
com outros tantos risos
quando alguém perdia a brincadeira
Minha paz, bom menino.
Sem saber era poeta
Fazia da realidade
um mundo em que podia ser herói
Não temia as ondas que brotavam daquela poça-mar
Não temia as estrelas que do céu caia enquanto navegava
Ah, não percebeu o repentino tiroteio
seu mar ficou cheio de estrelas...
Os risos se perdiam no deserto do silêncio
Sua mãe corria
para resguardar seu marinheiro
Porém era tarde...
o mar se transformou em sangue
e nem sequer era um milagre.

Juliana Costa 
29/12/2016 JF/MG 




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