À PAZ

A paz lacra tantas bocas
com ferro em brasa
que me faz necessário um bom combate
pra ser livre
dos mandos e desmandos dessa paz
que nunca reconheci
que por muitos anos permitiu dormir
todos os senhores,
seus herdeiros,
coronéis,

A paz cheia de silenciamento
fez da dor uma oração
feita a alguém que a sociedade
considera seu feitor

A paz quem dera fosse preta
quem dera pudesse compreender
que cedo ou tarde
nos  cansaríamos  de tudo
tomando de volta a alma que nos roubaram
Recuperando o que foi esquecido
denunciando a paz
a qual fomos convencidos
de que  nosso silêncio a ressuscitaria.
e graças a ela teríamos
a liberdade
de ser sem ser pela dor.
De ser sem precisar sussurrar pensamentos,
poder pronunciar, prenunciar
o que vivemos

Juliana Costa 28/01/2017 JF/MG

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