INSPIRAÇÃO DESALIENANTE



Escrevo poesia
porque sinto amor pelo mundo?
Tem dias que eu quero é fim do mundo,
talvez o amor seja assim tão ambíguo.
Escrevo para uma sociedade
que não nos enxerga,
em direitos,
como pertencentes a este mundo.
Escrevo por que quero rasgar as heroicas caravelas
e rir dos discursos civilizatórios.
Ainda sinto as náuseas
do balançar do seu mar português
feito de lágrimas africanas.

Escrevo por que nos matam todos os dias
epistemicamente;
fisicamente;
mentalmente.

Escrever é um baita privilégio,
Mas ser lido segue uma nova lógica de dominação...
Por isto estão mais brancas do que as folhas dos livros à venda
as almas de quem escreve e a de quem ler.

Juliana Costa 21/08/2017 JF/MG 

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