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Mostrando postagens de setembro, 2017

SIGNO MULHER

                        Para Maria Carmen Aires Gomes Nas entrelinhas observa um mundo de coisas se anunciando A palavra seu ofício, também vício e sacrifício. Seu nome é um raro verbo cujo sentido é muito mais do que é visto. Nas pontas do pé ou na ponta da língua sempre diz. Tem seus silêncios … profundos e secos que a transforma em cinzas e o vento sopra mas sem força o suficiente para varrê-la. Fina e afiada ambígua palavra que toca o intocável ventre que gera mundos enquanto leciona Rocha macia pena pesada nervos a flor … flor humana Firmes passos pernas trêmulas como as de qualquer um. Rosto ereto para vida que sabe ler o chão, mas não se convence. Deusa, musa, charme? Ela é o que quiser. Juliana Costa 25/09/2017 Viçosa/MG

SAN(T)IDADE

Enquanto as horas lavavam as mãos, Encolhido e crucificado; contido e despensativo... E os espinhos nem coroa eram... Um “Jesus me livre” Como um pedido à um estranho Haviam sirenes, não cireneus. Nem toda dor é vista como santa. Juliana Costa 06/09/2017 JF/MG  Reprodução da imagem - fonte internet -  artista Sarah Jenkins

PALAVRAS E SUAS FAÍSCAS

Escrevo como ato de rebeldia não de violação. Escrevo para poder entender não pautada na incompreensão Escrevo por que sinto raiva mas minha raiva não inibe o aroma das flores que habitam os campos da vida que tentam fazer de escravocratas  plantações. Escrevo sem mira com um alvo certo: todo este sistema. Escrevo e não tenho que justificar apenas dizer que se quiserem Viriam em Drummond um bom panfletário, ou compreendia o Saramago como quem faz política e não literatura Sentiriam de ambos uma violência indizível mas isso só se quiserem. e se algum poder tiverem As palavras saltam faíscas anunciando o que sempre foi omitido por uma sociedade forjada em não reconhecer os seus conflitos. O demônio é sempre o outro, eu sou seu outro? As palavras saltam faíscas daqui a pouco a chama acenderá ... Tudo bem! Amariam melhor  "o fogo que arde e não ser ver" Escrevo por que  posso ser a pedra no meio dos seus privilégios e também diante de sua c

BEIJE A ESCURIDÃO

Irá se arrepender de tirar o meu sossego. Do invisível eu sei muitas coisas e de lá eu lhe contemplo maravilhada... pois o seu gênero treme diante do meu nestas relações diárias em que me chama para a  luta mas não se esquece de me  enclausurar em alguma subalternidade. Pode até crer que o meu sexo foi forjado nas sombras Seus medos esta fina escuridão não consegue entender. Pode até se convencer que carrega a luz entre as pernas, que rosada é toda forma de libertação. Ah, não se esqueça No meu quilombo você não pisa, Não por ser rosada, mas por ser medíocre. Em outros quilombos até pode conseguir entrar, convencê-los de lhe servir chá ... mas aprenda que pertencer não é aprisionar Embora eu entenda bem que saiba cativar enquanto esconde atrás do sorriso um ódio típico de sinhás. Sei que o rosado ama beijar, mas sente nojo só de pensar de  a escuridão um dia  beijar. Juliana Costa  02/08/2017