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Mostrando postagens de outubro, 2017

PAZ QUE PREVALECE

As palavras se contorcendo na garganta, No peito um vulcão de sensações. É preciso dizer palavras bonitas diante das coisas tristes para que as pessoas se vejam bem nos espelhos. As palavras se debatendo na garganta O silêncio reza da omissão Bandeiras ao alto para as falsas revoluções E as  palavras desmaiam na garganta Sensações inativas A paz  branca prevalece, Ave santa sobrevoa o sangue fresco da realidade  negra. Juliana Costa 26/10/2017    JF/MG

PRETO IDEAL

No tamanho que você quiser  e nos tons de escuro que preferir com as palavras do jeito que quiser, bastante sorridente  que não funciona diante do racismo e muito menos lhe aponta alguma incoerência Entregamos para todo o Brasil Nossa sede é o sistema  recebemos pedidos pela internet: www.pretoideal.com Aceitamos devolução, substituímos por um outro igualzinho. A versão feminina bem vestida e maquiada com batons discretos  e com aqueles cachos bem domados, para que o crespo não cutuque suas certezas  e nem espete suas ideias. Ah, sabe como são os produtos não se esqueça da validade. Juliana Costa 05/10/2017 JF/MG

UMA MULHER COMO EU

Talvez uma mulher como eu estivesse na cozinha do paraíso preparando quitutes e na hora de contar a história da criação o Senhor dela se esqueceu, relegou-a ao papel de rascunho de um texto santo que não soube continuar. Talvez nas narrativas nem tão santas de uma história mal contada Uma mulher como eu estivesse organizando os papéis limpando as penas servindo chás e que depois sorrindo dizia que era mulher também, mas as companheiras não ouviam, agradeciam os chás, as penas e os papéis e gentilmente pedia que quando terminassem de escrever que esta mulher como eu limpasse tudo para que o esposo não reclamasse. Uma mulher exatamente como eu sentada em um sala de aula onde o quadro negro era quase um semelhante. Atenta, ouvia as teorias sobre mulheres aprendendo que somos todas iguais enquanto milhares de fotos de mulheres brancas se projetavam na tela branca cuja escuridão era necessária para serem vistas. Juliana Sank