TEMPO INDETERMINADO

                                           

Primeiro
O sentimento fica em inércia ,
um Lázaro que Cristo não ressuscita.
Na alma habita um vazio
indiferença com tudo
e dor por nada.

Depois...
O cansaço de quem carregou
 o que não aguentava
e que escalou  a pirâmide
ocidental da desigualdade.

Por fim
Aos poucos se desiste
até do ar que respira
e do braço raro do abraço.

Se morre
enquanto o corpo espera por tempo indeterminado
as rezas
as velas
 e a terra.

Juliana Costa 20/02/2017





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