O dia estava chuvoso. O céu parecia se pronunciar a respeito de toda aquela tristeza que a mulher sentia, lembrou-se das dores do parto, porém piores eram as dores causada pela morte do filho. “Bandido”, “ Vagabundo”, “ Criminoso” eram rótulos que conflitavam com os vocativos que a mãe tinha na memória “ Meu filho”, “ Meu Bebê”, “ Carlinhos”. Carlinhos tinha muitas coisas na cabeça, desde pequeno queria ir conhecer a Disneylândia, mas a mãe sempre falava que um dia o levaria, mas nunca levou. Pois nem sabia para que lado ficava e nem dinheiro tinha. Começou a estudar, cadernos levados em pacote de arroz, a escola foi para ele diversão, ia para escola para comer e jogar bola; sentia-se feliz, entretanto não compreendia as exigências que a professora dele fazia. “Carlinhos, precisa ter notas boas!”- Assim a professora dizia. Não compreendia muito bem a desordem das letras, demorou a organizá-las, não compreendia porquê era ele que tinha que arrumar toda