Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de março, 2018

PAÍS NO VERMELHO

Um país de todos Onde uns leva tiro de intimidação outros de execução. Eu observo o vermelho em seu estado líquido  ou em qualquer Estado. Meu coração é vermelho... mas meu imaginário não. Juliana Costa 28/03/2017 JF/MG 

NEGRO É LUTA, BRANCO É LUTO.

Branco é luto  Negro é luta. Desde o início se não nos submetemos  oferecem-nos a forca. Ser forte  é ter lágrimas bombardeando a face  todas as noites  e mesmo assim durante o dia ter o olhar firme (r)enunciando o que nós mata  simbolicamente  todos os dias,  todo momento e que nos deixa em carne viva ou sem vida.  Branco é luto Negro é luta Eu sei que esta nova simbologia  assusta-lhe Estou cansada... Não suporto mais fazerem de nossos cadáveres  palanques da sua revolução a qual  não nos contempla. Eu sei que corpos negros não ressuscitam no terceiro dia Bem que se ressuscitássemos depois de três dias matariam-nos de novo e de novo e mais uma vez até que cansássemos de receber os seus tiros... Branco é luto  Negro é luta  É quatro tiros  no rosto diariamente Na universidade, dentro de nossas casas não importam o lugar... Nossos punhos para o alto soa violento? Enquanto muitos brincam de revolução 

GRITO NA CAIXA DE SUSSURROS

                                             Dedicado a Joana Flores, como resposta ao seu grito. Gritar e não ser ouvida É escavar toneladas de coisas Para poder respirar. É ter flores nas mãos e não conseguir sentir o mínimo de perfume É estar ilhada no meio de tantas vozes indiferentes e ter o grito confiscado e guardado na caixa dos sussurros logo ali... no canto empoeirada da sociedade. Gritar. É preciso gritar! Sem que as cordas vocais lhe enforque. É preciso gritar! Que o grito seja a arma de choque em potência fatal. Gritar e não ser ouvida Provoca a mesma náusea e dor De estar em um porão de um navio navegando um mar feito só de gente. Gritar e não ser ouvida É ser rasgada por dentro Sangrar verborragicamente aquilo que muitos ignoram Meu grito Vai aquilombar com o seu e com outros... E quando gritarmos Mesmo tampando os ouvidos Ah, terão que nos ouvir. Juliana Costa JF/MG 04/03/2018

NINGUÉM CONHECEU CARLINHOS

           O dia estava chuvoso. O céu parecia se pronunciar a respeito de toda aquela tristeza que a mulher sentia, lembrou-se das dores do parto, porém piores eram as dores causada pela morte do filho. “Bandido”, “ Vagabundo”, “ Criminoso” eram rótulos que conflitavam com os vocativos que a mãe tinha na memória “ Meu filho”, “ Meu Bebê”, “ Carlinhos”. Carlinhos tinha muitas coisas na cabeça, desde pequeno queria ir conhecer a Disneylândia, mas a mãe sempre falava que um dia o levaria, mas nunca levou. Pois nem sabia para que lado ficava e nem dinheiro tinha.              Começou a estudar, cadernos levados em pacote de arroz, a escola foi para ele diversão, ia para escola para comer e jogar bola; sentia-se feliz, entretanto não compreendia as exigências que a professora dele fazia. “Carlinhos, precisa ter notas boas!”- Assim a professora dizia. Não compreendia muito bem a desordem das letras, demorou a organizá-las, não compreendia porquê era ele que tinha que arrumar toda