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Mostrando postagens de maio, 2018

NÃO COMO BRANCOS!

Brancos bárbaros ergueram suas caravelas, desbravaram terras, transformaram o oceano em um cemitério de silenciados. Sem rostos pintados, mas com as bandeiras erguidas. Em nome de Deus e da ganância Disseram que salvaria Nós, gentios, de todos os pecados. Os “salvadores”, estupradores religiosos, Assassinos engrandecidos que viraram estátuas. Colonizaram demonizaram No fim, transformaram o pecado: Mataram todos os antropofágicos colonizados e achando feio o termo colonizador... exaltaram a diversidade, ocultaram um crime secular, e se intitularam antropofágicos culturais Defendendo até a morte que somos todos iguais... MAS Pescoço de criança branca não é degolado enquanto mama e o medo da violência policial continua tão negro e incomível Eu ainda não entendo por que ainda insistem em fingir que há igualdade Ah, não tem como devorar a brancura dos opressores White or not White That’s the question Porém  é notória a preferência É melhor uma terra de miscigenados Do que de não bran

MARIONETES NEGRAS

As mãos brancas mexendo os fios sociais, pessoas negras repletas de palavras brancas com  mentes à serviço e as palavras transcorrendo  as portas dos fundos  do edifício do conhecimento.  O show é diário Plateia branca sempre animada! Pode ser até boa a marionete, mas os aplausos vão para o ventríloquo: O maior revolucionário de todos os tempos... e a melhor referência do assunto “negro”. Ah, tem aqueles que percebem os fios,  outros não. Há as marionetes que amam seu ventríloquo e até o chama de amigo Há aquelas que tem uma fria consciência de que só se andam Se as mãos que controlam os fios permitirem, por isto faz dos fios uma veia vital. E quanto a marionete quebra O destino é certo É fogo, é lixo. Juliana Costa 24/05/2018

PRETA NO CLARO OU NO ESCURO

Meu “feminismo” nem feminismo se chama Guarde para si a “sororidade” E vem me mostrar na prática o que é irmandade. Sem sinharismos ou afroconveniências. A pele pode ser preta, mas eu estou de olho é na mente. Fiquem de olho O que adianta a negritude diante dos holofotes e branquices nos bastidores? Como respeitar o ativismo cuja plateia é branca? Como entender o discurso “uma sobe e levanta a outra” Se na prática é a rasteira? Meu ativismo é preto no escuro É preto no claro. Não me calo. O discurso é poder Por isto me preferem calada? Não me realizo nas bolhas das elites mesmo que sejam negras Nem estou à serviço. Meu diploma Não me tampa os olhos... A minha luta não é seletiva Apesar do incômodo É reflexiva. Juliana Costa 20/05/2018 

(DES) MEDIDA

Eu sou a desmedida Meu corpo e minha mente não se curvam aos seus paradigmas Sou pior que a serpente que incentivou Eva a dá a maçã para Adão Se fosse eu até o criador eu envenenaria... Ser desmedida Recusando os seus laços e suas fitas Rejeitando o romantismo de qualquer medida É muito corpo sarado Com mente doentia É muita mente aberta Com cercas nos ouvidos Eu sou a desmedida o veneno sem antídoto Na fogueira Eu acendo um cigarro em meio a uma gargalhada. Suas palavras não me queima, Seu imaginário não me converte Seu Deus não me castiga Seu diabo eu não conheço Mas na poesia eu ressuscito a consciência que matam todos os dias. Juliana Sankoga  JF/ MG 19/05/2018 

PELA PAZ MUNDIAL

 Todo mundo fala: “Use as armas do inimigo ao seu favor”  Usemos armas brancas em nossas lutas negras?  Entretanto não nos esqueçamos Que Ogum cria armas, não as recicla. Se as armas são brancas negros são os alvos Que horror usar o que nos   genocida! Não venha me dizer   que a minha escrita é uma arma branca o idioma até pode ser, armamento fundido na minha alma desde que eu nasci, mas os sentidos não. Salve a paz mundial,  desde que seja preta. Juliana Costa JF/MG  05/04/2018