É abafar o grito
e forçar um sorriso receptivo
enquanto professa que somos todos iguais.
É amarrar os próprios sonhos em uma âncora
e lançá-los em profundo buraco.
É ser visionário da desgraça
Prever apenas os escombros do futuro e a dor
É rasgar os próprios poemas,
quebrar todos os lápis,
queimar todas as folhas
e explodir a caixa de energia de casa.
Autossabotar
É construir uma armadilha
que captura apenas o interior
É ter as próprias digitais no pescoço
e ser a testemunha de acusação e o reú.
É chorar e dizer que as lágrimas salgadas
Não fazem arder as feridas
É tropeçar no cadarço do sapato que não quis amarrar
É entrar no rio sem saber nadar
Ou se afogar mesmo sabendo.
Sabotar
é puxar o fio vermelho
das ideias do inimigo.
É escrever um poema
Que mata, mas que não lhe suicida.
Juliana Sankofa 12/07/2018
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