SEM NOVIDADES



A lógica é simples:
O racista de ontem,
É o fascista de hoje
Que continua racista,
mas sem sutileza alguma.

Para o branco o medo diário é novidade,
A angústia fica entalada no pescoço
Impedindo a respiração...
“Oh, meu Deus, destruíram a democracia!”
 Lá nas favelas a mesma nem subia,
as lágrimas mães-pretas  já diziam:
“Meu filho só errou em nascer preto”.
O medo preto cês nem entendiam
Viam  policial como símbolo budista,
Namastê!
Se invadem os barracos
é preciso abaixar a cabeça pra evitar o esculacho.
“Neguinho, ver se não me encara”.
Fecham- se os olhos
Antes um olho roxo ou os dois
Do que nunca mais abri-los.
Bala perdida não atrapalha yoga de branquim
Mas encontram o corpo do neguim.
Já que  rosas em mãos negras
 são vistas como  dinamites
E guarda-chuvas
 como fuzis.

Juliana Sankofa
13/10/2018 
Rio de Janeiro - RJ 




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