Eles tocam na nossa voz e queimam nossos escritos enquanto se dizem revolucionários Eles tocam na nossa voz, queimam nossos escritos e querem que todos nós finjamos que somos todos iguais. Eles tocam na nossa voz e queimam nossos escritos Ah, cada palavra que eu digo parece uma filha parida sem anestesia. Eles tocam na nossa voz e queimam nossos escritos mas o que queriam mesmo é que sorríssemos diante da opressão e nisso atestam nosso valor para andar no mesmo espaço e ser "aceito" como igual Eles tocam na nossa voz e queima nossos escritos. E na voz tocada, o sufoco, uma exigência a mais de força no dizer. Eles tocam na nossa voz e queimam nossos escritos... mas nossas palavras não dependem do papel, dependem do corpo. Eles veem os nossos corpos e se queimam por dentro diante da nossa existencial imposição. Juliana Sankofa Fonte da imagem: Canva IA.
Postagens mais visitadas deste blog
Desseco a língua que eu falo. Parasitária em meu corpo desde os meus primeiros verbos. Aqui, foi tecnologia de guerra, imposta como oficial repleta de sentidos que não me humanizam: "Vamos deixar claro que a coisa está preta"; " Não vou negar o que eu fiz". Desseco com raiva, sem entender porque essa língua não sangra. Meu corpo-rebeldia dislexia a realidade. A minha língua materna nunca foi mãe nem gentil só pátria pária. Juliana Sankofa
Comentários
Postar um comentário
Por favor, todo comentário é válido desde que feito com respeito.