Mesmo que a dor desague em seu rosto,
se aplume!
Homens fracos parasitam a vida de mulheres fortes
Dissimulam o afeto enquanto quer apenas destruição.
Lembre-se, pretinha, daquele homem que bem lhe amor
Não aceite menos!
Mas não há amor igual aquele do homem que você herdou a pele e a força
Coroe-se com essas lembranças
Já quem faz a sua cabeça é você mesma.
Se aplume!
Chore!
Desabar faz parte,
Pois somos as mulheres,
que apesar das ruínas desse mundo fedendo a falo,
Vivemos uma liberdade que assusta.
Deixe que lancem as mesmas cordas
as quais lançaram em nossas bisavós
Deixe que rotulem nossos corpos
Nas brasas de suas línguas
essas que nos marcam de puta depois que nos chupam
Deixe...
E grite!
Seu grito vai enrolar as cordas nos pescoços
E entortar as línguas-ferros.
Se aplume,
Grite e deixe ir.
Juliana Sankofa
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