SONETO DA PROCURA

 

Num mundo vasto, onde o saber se encontra,

Uma doutoranda, alma audaz e forte,

De pele escura, brilho em cada corte,

Busca mentora sábia e não tisnada.

 

À procura de acolhida sincera,

Na academia, a estrada é desafiante,

Encontra quem, do ego, é dominante,

Em um dilema que ora desespera.

 

Ó, mestra! Não se afaste do diálogo,

Pois nele há a chave para a compreensão,

Da história e da dor, cruel escárnio.

 

Rompendo barreiras do preconceito,

A verdadeira luz do entendimento,

Se ergue ao respeito, laço perfeito.

 

E, deformando toda estrutura,

a do poema e a da sociedade...

 

eu abolo qualquer moderna escravatura

no seio da formação intelectual do Brasil.

 

Juliana Sankofa



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