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Mostrando postagens de novembro, 2019

HINO DO GENOCÍDIO

Eu não sou o tempo todo poesia Sou pólvora Minhas palavras implodem as mais diversas lógicas Não sou criada de ninguém Nem sou filha do desdém Sou ideias em chamas Mirando interrogações Até que nelas me corto E começo a me perguntar os porquês Não lido com mal entendidos E sim com o que foi dito Racismo, numa sociedade racista, não é o pior dos delitos. Em um país de cristãos, é digno de perdão e não de pena... Mas a pena máxima é dada diariamente aos mesmos corpos e em todas as esferas da sociedade Corpos-erês Com tiros no peito Com tiros nas costas Com acidentes simulados Essa nação, que mata crianças que coíbe o meu grito, Canta o hino do genocídio Camuflando com o som de   “Marielle vive” Juliana Sankofa 30/11/2019
Sou preta aqui ou lá No norte ou no sul No sudeste ou no nordeste Não tenho o privilégio de moldar minha imagem de acordo com minha conveniência Sou preta até quando estou em silêncio Sou preta Não moreninha Ou a menos branca da família Quando falo "preta" A palavra se camufla em minha pele E eu vou a guerra decretada na sutileza Dinamitei sentidos apenas com o olhar E que se joguem em seus princípios Nao estenderei as mãos calejadas Talvez sorrie ou chore Síndrome de estocolmo da pele que me silencia? Juliana Sankofa