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Mostrando postagens de julho, 2017

BOCA DO CÉU

Sei que não cabe a mim dizer o que anda me incomodando, mas na falta de um porta- voz branco Eu ousarei lhe dizer; mesmo se preciso for eu responda as consequências... Eu me pronunciarei... Apesar de toda interdição. Eu enunciarei... embora tudo o que eu diga se distorça. Já bem sei que as palavras o seu medo filtra antes mesmo de chegar ao ouvido, entendo agora o por que da agressividade, grande crime dos nervos o qual transferi à mim já que não é bom para você assumi que me odeia só por eu existir Sei que não posso falar que meu silêncio me nomearia a "boca do céu" mas, não se preocupe, a minha língua é igual a sua Sei que prefere os meus sorrisos brancos de aceitação, se eu não sorrir, não posso receber sua aprovação de que eu sou uma mulher negra ideal para receber o reconhecimento geral . Se eu não sorrir o dia se transformar em noite entre calafrios re

RACISTA NÃO PASSARÃO

Não Não Já disse que não RACISTAS NÃO PASSARÃO. Nem o racismo vai ser aceito como opinião Eu não negocio a luta Pare de transformar os nossos gritos em jingles Não faça da sede de revolução um cenário de suas propagandas Quando digo não é não Tire suas mãos da minha boca Sim, eu sou a louca que não aceita os seus achismos Risque do seu quadro branco estas prescrições de condutas ideais que insiste em dar à mulheres como eu. Quando você diz "maneire aí mocinha" uma pantera já crescida lhe bota pra correr. Juliana Costa 17/07/2017 JF/MG

ENSIMESMANDO

A gente vai aprendendo a lutar conosco mesmo diariamente. Enquanto a sociedade ensina que de nada adianta o levantar dos punhos contra estas ideias já naturalizadas que nos oprimem. A gente vai aprendendo... Ai da gente se não aprender! Seremos castigados por nós mesmos e toda noite uma nascente de coisas tristes brotará de nossos olhos, . ninguém bebe água dos olhos alheios se já não sabemos como digeri a nossa. A gente vai aprendendo, enquanto rimos para esta mão branca que ergue a palmatória de que é preciso lutar contra nós mesmos... pois assim conseguiremos ser mais felizes : Sendo o nosso próprio derrotado em traje de vencedor. A gente fica tranquilo e calmo aprendendo que janelas de vidro, com constantes saltos, são portais para alguns... A gente aprende a fica ensimesmado desviando o pé do sangue alheio, virando os olhos para um jardim, enquanto outros aprendem pela pedagogia das coroas de flores que o silêncio é um acordo de paz com único benefic
Ando ficando fraca das ideias O silêncio visitou-me estes dias Com o olhar eu apenas lhe dizia: Vá para o raio que o parta mas não me reduza em fragmentos de certezas Eu ando cansada destas tapas de luva e destes dentes brilhantes diante do que anda ocorrendo... Sei que não deveria está aqui pensando em fazer poesia mas eu vejo tanta gente fazendo desgraças as quais eu não sei fazer. Um dia até tentei, entrei em um condomínio fechado, estilo Universidades, armada até os dentes eu disse bem alto: - Orelhas ao alto, tenho coisas a dizer. E na hora de dizer perdi a coragem, era muito sangue a ser cobrado,   Muito algoz se sentido vítima e nenhuma esperança de reflexão Juliana Costa JF/MG 07/07/2017

" CALADA!" DESCULPE, MAS NÃO!

"Calada!" Desculpe, eu não consigo dizer é uma necessidade, meu respirar por entre estes braços que me sufocam diariamente. " Calada!" Desculpe, mas quem dera se  o silêncio fosse a mais decente das cartas de alforrias Quem dera se o meu silêncio pacificasse as ideias. "Calada! Não irei repetir" Com licença, ainda preciso dizer Não erga o seu falo branco mulher Não venha com jogos de dizer , pois eu bem sem fingir também. Terão que me tolerar Nas ruas, nas universidades e em todos os lugares, quem sabe até em seus altares? " CALADA!' Desculpe, mas não. tire estes dedos da minha garganta, já cortei as cordas  que já me fizeram um dia seu amigo-fantoche " Calada! Que insolência!" Meu silêncio é um alívio desculpe se minhas palavras são tipo um mosquito o qual  pensa que lhe transmite a malária. Seus calafrios são os reflexos dos tremores dos muros caindo. Juliana Costa  JF/MG 06/07/2017

SUBLINGUAL

O silêncio não é analgésico para toda essa violência simbolicamente física que somos expostos cotidianamente.  Já acostumaram em nós ver tranquilos Quando eles exercem seus domínios simbólicos, culturais e sociais .... Já acostumaram a desparafusar o seu cérebro, a quebrar todos os seus lápis e a roupar suas palavras com um sorriso nos lábios e ainda nos vendem a ideia de serem revolucionários. O colonizador é sempre culto, educado, simpático, um ser do bem... E você nessa mania de reclamar, se torna o violento ou mal amado. Até os seus nisto acreditam. Finja que tomou o analgésico Coloque debaixo da língua... Na minha oportunidade que tiver  Cuspa! Com força na cara do sistema.  Se lhe internarem,  nos presídios ou na solidão social ... finja novamente que se convenceu de que Jesus é um homem branco, sim, seu salvador... Que vale na vida o trabalho apesar dos salários desiguais  Que sem estudo ninguém é nada