No meu corpo há uma profunda e volumosa rachadura que se soma a outras tantas. Sem ter fronteira, meu corpo mapea-se com indizíveis. Performo o meu feminino nada Universal Assim, rego as vozes mutiladas pelo descaso insonoro de outras que compartilha vestidos-privilégios apenas entre as suas iguais. No meu corpo, das rachaduras saem versos ora ríspidos, ora doces de quem olha o mundo pelas frestas das ilusões impostas. É desse corpo de chão batido que reinicio cotidianamente os reparos do caos escondido nas frestas das ideias diluídas no amargo silêncio de quem não escuta, mas finge. Inevitavelmente eu sou uma esfinge de traços quebrados que ainda devora, com riso na boca, toda "verdade" imposta no intuito de manter o enigma mais escuro do que claro. Juliana Sankofa