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Mostrando postagens de março, 2023

POEMA NOTURNO 08/03/22

No meu corpo há uma profunda e volumosa rachadura que se soma a outras tantas. Sem ter fronteira, meu corpo mapea-se com indizíveis. Performo o meu feminino nada Universal Assim, rego as vozes mutiladas pelo descaso insonoro de outras que compartilha vestidos-privilégios apenas entre as suas iguais. No meu corpo, das rachaduras saem versos ora ríspidos, ora doces de quem olha o mundo pelas frestas das ilusões impostas. É desse corpo de chão batido que reinicio cotidianamente os reparos do caos escondido nas frestas das ideias diluídas no amargo silêncio de quem não escuta, mas finge. Inevitavelmente eu sou uma esfinge de traços quebrados que ainda devora, com riso na boca, toda "verdade" imposta no intuito de manter o enigma mais escuro do que claro. Juliana Sankofa

SILÊNCIO

Quando sou autorizada, Sobrepõe em mim as sete camadas do meu silêncio Como criança, Escondo-me no meu escuro, Seguro a respiração no anseio de não ser descoberta em meu esconderijo.   No meu silêncio, eu liberto meus pensamentos finjo que sou escutada Lá, nem preciso me ocultar de mim mesma para caber em expectativas.   Se tropeço, não sou lida como anjo caído. Simplesmente, danço na chuva dos meus olhos abraço o que ninguém abraça Escrevo. Juliana Sankofa   Imagem: pinterest Author/Illustrator | Virginia/NYC link: https://pin.it/3LsOG27