Abra o caminho em silêncio não fale por mim, não diga sobre mim não me estude se não for capaz de colocar em pauta os seus privilégios com a mesma força que quer falar sobre quem não é. A intelectualidade é vasta, Pode-se pensar sobre o mundo, sobre tudo e sobre todos. Meu corpo não deslegitima o seu saber, porém, por que o seu deslegitima o meu? Só queria dizer que eu estou cansada de todos os seus pactos, dos seus falsos discursos da sua pouca prática por mudança social É cômodo viver nesse caos, em que sua voz é escutada enquanto milhares iguais às minhas são silenciadas. Eu sei quem é você entre os iguais, Se não dói na sua pele, nem se manifesta Está escrito na sua testa: que me prefere objeto ao invés de sujeito Não importa como me chama: querida, amiga ou flor Eu sinto horror desse corpo que não se olha, por medo de ver os próprios traços, morais e físicos que oficializou o genocídio, o epistemicídio e o mentecídio de pessoas como eu Juliana Sankofa Link da imagem/fonte: pinte