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Mostrando postagens de agosto, 2025
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  E se eu não me curvar? As costas doem mais e a escrita fica sem agência, sem ar. Estradas retas são mais seguras. Eu sou o imprevisto da próxima curva: colido quando não esperam a minha existência. Medos alheios me engolem e me defecam. Deixa-me caminhar entre os sussurros, observando o terreno do audível e do lido... Sento-me com uma xícara branca nas mãos, afiando a caneta, assinando no escuro o que não posso declarar. Juliana Sankofa
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  Onde estão? Ora estão escondidas entre minhas cicatrizes, invisíveis ao olho nu. Ora estão amarradas em meu corpo, prontas a explodir devido às minhas crenças. Ora as mastigo e cuspo ao chão, enquanto contemplo a lonjura das coisas. Onde estão quando eu estou no mundo branco das Letras? Cativas em algum lugar, esperando que me digam como usá-las... na ilusão de que isso seja possível. Onde estão? Na jugular de qual cidadão? Em qual sistema? No quadro negro de qual professor? Lâmina contaminando as entrelinhas e que chamam de arma branca quando está nas minhas mãos. Juliana Sankofa 10/08/2025 João Monlevade–MG
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Gosto de amare ser amada, de mapear os desejos no fio solto da lingerie e reescrever em mim outros sentimentos além da dor. Gosto de amar e ser amada, rompendo do peito essa cilada que me deixa rouca, que me deixa fria. Tumultuado túmulo, às vezes, é o coração. O amor me ressuscita no terceiro dia, e, em seus braços, sinto-me Deus. Juliana Sankofa 09/08/2025  João Monlevade - MG