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Eu preciso de voz como quem necessita de água. Em mim naufragam sentidos, descaravelo normas na incessante busca pela autodefinição. Não meço palavras, rasgo medidas como quem desconhece o próprio tamanho diante dos discursos de pequenez. Sinto sede de voz, liquefaço-me no silêncio até ser saciada. Sorrio farta, com minha voz percorrendo rostos e evidenciando verdades. De gota em gota, ruídos, abro meu subterrâneo e escrevo um poema sobre nós... nós das gargantas. Juliana Sankofa Imagem: Azul da Banheira da artista norte-americana Alison Nicole Saar. Fonte: Pinterest
É preciso acariciar os pés de quem anda ao seu lado. A vida deixa sentimentos calejados quando não há reciprocidade. Uma caminhada sozinha e cheia de vozes, sem toques, parece miragem em deserto onde a lágrima ora é um oásis. Sede estranha, fome mais estranha ainda. Meus grãos de areia esbarram nos dos outros e assim se movimenta o tempo, peito-ampulheta. Eu aqui, escorada na caneta, pensando se minhas palavras fazem sentido. Pergunto-me: Por que me sinto sozinha enquanto olho nos pés tantas feridas. Juliana Sankofa Fonte da imagem: Pinterest (https://pin.it/2YPdQeh6I)