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SANKOFA,Juliana. Comovida como o Diabo. 1.ed.Viçosa:Edição da autora, 2019. 21p.

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 Preciso escrever com afetos, mas, com as mesmas mãos que escrevo, puxo o pino, levo a pane, explodo imagens, discursos e ideias criadas sobre mim e à custa do meu silêncio. Preciso dizer que sei tocar o sensível, sei beijar gostoso, gozo e sinto tudo ao meu redor. Não sou carne, não sou peça, sou tripla, sangue e sinapses. Ora eu sou o próprio enjoo, vivo o silêncio de um marulhar indescritível. Ora eu sou o mofo irreversível da história da Nação: devoro o arquivo nacional e defeco agrotóxico e exploração. Eu preciso escrever com as minhas próprias mãos, os meus próprios olhos e as minhas próprias lágrimas. Guardem as borrachas brancas, o corretivo e o “delete”. Escrevo nesta língua, porque me foram roubadas outras e me foi imposta esta.                                                                      ...
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Um corpo branco inocente quando sangra, quando morre, exige pena coletiva: nossa morte. Um corpo negro inocente quando sangra, quando morre... quantos tiros? Nenhuma pena, nenhuma culpa, apenas um “caso isolado” no cotidiano da Vida. Ora, não sei o que prefiro: se imaginem sangue em minhas mãos ou uma arma... Mas não importa: tudo inventam, como se os olhos estivessem podres de colonialidade, que não conseguem mais enxergar a própria claridade. Juliana Sankofa Obs: Quando uma mulher morre só é um grande problema se for problema de gênero ou racial? Imagem gerada com IA.